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25 de janeiro de 2011

POEMA IMATURO

Quando a noite
com seus mistérios
me invade
lanço à escuridão
pensamentos obtusos

Isolado
em austera solidão
das palavras sendo inseguro
nem a mim aturo

Com pensar adverso
busco em cada verso
a mim mesmo encontrar

Sufocando dores
espelho a alma
e deixo brotar
este poema imaturo

24 de janeiro de 2011

RECADO DAS MUSAS


Das nove filhas de Mnemosine e Zeus
algumas me enviaram recados
que inspiraram meu destino
Cada uma me legou um ditame
a me nortear o longo caminho

A primeira disse:
– “Tira o pó das ruas
Enxuga tua pele
Agradece pela água”

A segunda aconselhou:
–“Perfuma tuas mãos
Junta as duas em prece
e agradece pelo verso concebido”

A terceira ordenou:
– “Abre um livro e viaja
Viaja por outros mundos
e reflete sobre o que aprendeste”

Euterpe vaticinou:
–“De que adianta teres a alma
cheia de desejos
se teu coração anda só?
Seguirás sempre solitário...”

23 de janeiro de 2011

VERSOS INCONGRUENTES

Com pensamentos diversos
pinto meus versos
em tons diversos

Com palavras de sabor amargo
silencio
o meu triste fado

22 de janeiro de 2011

AUSÊNCIA


Com a alma inquieta
caminhando
por sendas estranhas
e escuras
procuro me compreender



Sendo confrontado
com inúmeros dilemas
ora anjo
ora demômio
acabo distante

Ausente
acompanhado da intrusa solidão
por vezes
tento ser presente

Nesta agitação
esqueço até
quem vai padecendo

13 de janeiro de 2011

MUDO DESESPERO


Recordo com intensidade
dos momentos
quando iniciávamos a nos mexer
mais rápido
... (cada vez mais rápido)


Quando deixavamos escapar
involuntários sussurrros
e nos tornavámos indivisivéis


Lembro dos momentos
em que cada um
se refugiava
nos gemidos do outro
(em mudo desespero)
e nos quedavámos silentes